quarta-feira, 12 de março de 2014



Swāmi Satyānanda Saraswatī

«Hari Oṃ Tat Sat» é um mantra muito antigo registrado nos Veda. «Hari Oṃ» é um mantra e «Oṃ Tat Sat» é outro. Os dois juntos formam «Hari Oṃ Tat Sat». «Hari» representa o universo manifesto e a vida. «Oṃ» representa a realidade absoluta e não manifesta. Com a palavra «realidade» eu me refiro à existência total. Você pode até mesmo usar a palavra Deus. Realidade, existência, Deus, Brahman, o absoluto, todas estas palavras são termos sinônimos que apontam para um único Ser, contudo estas palavras não são capazes de defini-lo.

Esta realidade possui dois estágios. Um estágio é o absoluto e o outro é o manifesto. Este universo concreto com milhões de sóis, luas, estrelas, espaço, tudo o que existe além deste pequeno planeta onde vivemos são manifestações daquela realidade, e não criações daquela realidade. Há uma diferença entre o processo de criação e o de manifestação. Você pega o algodão e faz um tecido com ele, e então uma camisa. Da mesma forma, há uma grande força invisível. Ninguém pode ver esta força, ninguém jamais a viu, exceto algumas pessoas que chamamos «Avatáras» (literalmente descida, manifestação corporal de um ser supremo, imortal).

A realidade manifesta, este mundo, é representado pelo mantra «Hari». «Oṃ» é a realidade não manifesta, invisível, o aspecto não criado do absoluto. Portanto, «Hari Oṃ Tat Sat» significa Aquilo é Real. Aquilo que eu vejo com meus olhos e aquilo que está além dos meus olhos são ambos idênticos, não são diferentes. O criador não criou a criação, mas se manifestou ou transformou-se na criação.

Todas estas verdades estão representadas no mantra «Hari Oṃ Tat Sat». Quando eu digo «Hari Oṃ Tat Sat» isto me lembra que o visível e o invisível são ambos a mesma coisa.


Tradução livre de Sn. Karunānanda Saraswatī.

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